sábado, 18 de setembro de 2010

A comprovação do Efeito Doppler e a invenção do “Trem Elétrico”

A música assim como outras formas de arte sempre se fizeram presentes no cotidiano da ciência. E aqui não estou me referindo ao hobby violinista de Einstein, nem aos desafinos escabrosos do professor Pachecão. Falarei de um experimento realizado, numa  primeira tentativa fracassada, em outubro de 1844 e numa segunda tentativa, com sucesso, em junho de 1845. O chefe do projeto: o cientista Christophe Buys Ballot, seu objetivo: comprovar a existência da mudança de freqüência por uma fonte em movimento, o chamado: Efeito Doppler. Seu método: colocar alguns músicos em cima de um trem a 70 km/h , na linha holandesa Utrecht-Maarsen , tocando em uníssono , trombetas. Ao longo da linha férrea, distribuídos por distancias uniformes, “ouvidos musicais” de lápis e papel em punhos para anotarem, apesar do barulho da locomotiva, tom, semitons e oitavas gerados pelos toques afinados dos músicos do trem. O resultado é excepcional: as trombetas tocam um lá e os ouvintes ouvem um ré, ou seria um mi? O fato é que sem essa ajuda de músicos e ouvintes sofisticados, o experimento não comprovaria o efeito do Doppler que mais tarde subsidiaria a explicação para a expansão do universo, funcionamento do ecocardiograma e dos equipamentos de radares, entre outros.
Naquele verão holandês, somente os 14 participantes do experimento e algumas vacas que pastavam ao longo da linha férrea testemunharam, além da comprovação de uma teoria física, uma invenção que seria creditada , em 1950,  aos soteropolitanos Adolfo Nascimento, o Dodô e Osmar Alvares Macêdo , a dupla Dodô e Osmar.
Os baianos que me desculpem, mas antes do trio elétrico, formado por guitarras baianas e percussão em cima de uma velha fobica (um Ford 1929), Ballot foi o primeiro, 105 anos antes, a inventar o “trem elétrico”. Ainda bem que vacas não falam e nem dançam! E podemos dizer, com certeza: atrás do trem elétrico só quem foi quem já morreu!
Ricardo Monteiro Rocha

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