O escritor Nelson Rodrigues, grande cronista esportivo criou a expressão “a pátria de chuteiras” para explicar a grande mobilização que as copas do mundo de futebol criam em nosso país. Nunca ninguém definira tão bem o nosso Brsil! O Futebol talvez seja o esporte mais popular do mundo. E aqui, nem se fala! Mas essa popularidade do futebol está além da popularidade da Física. A palavra Futebol causa alegria e apreço ao ouvinte. A palavra Física: ojeriza e temor. Na verdade, o que acontece é que para quem não vive a física diariamente, a sua imagem é assustadora e inteligível: um emaranhado de equações complicadas e formulas horripilantes. Esta imagem não corresponde à realidade. A Física abrange várias aplicações teóricas e práticas que podem e devem ser exploradas pelos cientistas e também pelos alunos ou pessoas que não “gostam” deste ramo do conhecimento humano.
Nada melhor que juntar duas coisas aparentemente antagônicas para estimular o gosto por essa ciência maravilhosa: Física junto com Futebol. Então vamos lá: “Pimba na gorduchinha”. Isso mesmo: Começaremos a falar da bola. Sem ela não haveria nem uma “peladinha” num campinho de várzea.
Para que a bola exerça sua função numa partida de futebol é necessário que a sua aerodinâmica (estudo do ar em movimento e das forças que atuam em sólidos) seja compatível com tal função. Um dos fenômenos mais relevantes da aerodinâmica da bola é a chamada crise de arrasto. A crise do arrasto é a diminuição rápida da resistência do ar quando a velocidade da bola atinge um determinado valor. Durante uma partida de futebol a bola passa diversas vezes pelo esse ponto de crise, pois jogadores de futebol conseguem chutar a bola de modo que ela adquira velocidade superior a 25 m/s ( 90 km/h). A ocorrência da crise afeta de forma contundente o movimento da bola e conseqüentemente na possibilidade de gol.
A crise de arrasto depende, entre outros fatores, da velocidade e da textura da bola. Uma bola áspera oferece menor resistência que uma bola lisa, pois a crise de arrasto acontece quando a camada limite de ar que se forma em torno da bola se torna mais turbulenta.
Ora isso significa que será bem mais fácil para um jogador (e mais difícil para o goleiro) fazer um gol com uma bola mais rugosa do que com uma lisa. Isso explica porque, nos tempos de bola de meia, todo mundo é era meio craque. E também porque o goleiro era sempre o dono da bola (nova e lisa): Era a Física que estava valendo!
POR RICARDO MONTEIRO ROCHA
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